O Município de Lousada é parceiro no projeto europeu Faro, que integra o programa “Europa dos Cidadãos”. O principal objetivo deste projeto é a envolvência dos cidadãos na proteção e divulgação do património dissonante, material e imaterial, herdado de regimes ditatoriais e autocráticos.
Neste âmbito, um dos temas abordados pelo Município de Lousada passa pela Censura na Imprensa Periódica em Lousada, presente no regime Salazarista. Assim, o Núcleo de Imprensa de Lousada retrata que na arquitetura de poderes dos regimes autoritários, o controlo da produção e da reprodução da informação cumpria um papel determinante. Em Portugal houve períodos em que a censura prévia esteve legalmente instituída, visando, especialmente, os jornais, mas também os meios e os agentes de produção – tipografias e tipógrafos, editores, panfletários.
Durante o Estado Novo, a tipografia de Manuel Pinto de Sousa, onde era impresso o jornal “Heraldo”, foi alvo de várias investigações, levando à detenção e posterior condenação a 15 meses de prisão do seu tipógrafo, Júlio Magalhães. No início da I República, não obstante estar legalmente instituída a liberdade de imprensa, também o jornal “Vida Nova”, de afiliação monárquica, foi alvo de perseguições, com o seu editor, o padre Albino Júlio de Magalhães, a ser sujeito a 70 dias de cárcere, sem acusação judicial, por alegada participação nas incursões militares monárquicas.