Mulheres Extraordinárias em comemoração
O Dia da Mulher foi celebrado em Lousada no sábado, com a tertúlia “Mulheres Extraordinárias”.
Participaram neste evento três mulheres de Lousada, que se destacam por diversos motivos. Ana Paula Correia, 29 anos, é natural de Alvarenga e é Engenheira de Micro e Nanotecnologias, pela Universidade Nova de Lisboa. Atualmente está a frequentar o doutoramento. Desenvolve ainda voluntariado em Angola, através da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor.
Ana Raquel Conceição, de Nogueira, tem 41 anos e é advogada, professora universitária e doutorada em Direito, na área de Ciências Jurídicas Criminais. Para além disso é também consultora e colunista do jornal Público e Porto Canal. Tem publicado várias obras académicas na área dos Direitos Humanos, Combate à Corrupção e Colaboração Premiada.
Alexandrina Sampaio, de 56 anos, trabalha na Santa Casa da Misericórdia de Lousada, e falar acerca do seu percurso de vida.
A Dra. Ana Raquel Conceição começou a sua intervenção destacando que “são muitas as mulheres extraordinárias que estão a assistir a este evento e sem as quais não seria possível ter o percurso profissional que hoje tenho”.
Por ser um tema também abordado durante a sessão, a violência doméstica mereceu destaque, na medida em que “é um crime público e todos temos o dever de denunciar. É certo que existe o medo, mas existem muitas soluções para fazer face a esta situação e é também um facto que as entidades estão mais sensíveis, pois há mais denúncias deste tipo de violência”.
Doutoramento e voluntariado em simultâneo
A Eng.a Ana Paula Correia falou da sua experiência como voluntária em Angola, “um país de grandes desigualdades em que se verifica um elevado número de abandono de crianças relacionado com a pobreza, crenças e fatores sociais”.
Durante o período em que fez voluntariado em Angola a jovem Lousadense deu formação também na área das Tecnologias da Informação e Comunicação, nomeadamente ao nível de aplicações como o excel a docentes e dirigentes de escolas. Fazer voluntariado era algo que estava nos horizontes, mas aquando do início do doutoramento surgiu a oportunidade de integrar uma missão não pensou duas vezes. No que respeita à próxima missão, espera que o destino seja Moçambique, onde é necessária muita ajuda.
História de um casamento com 30 anos de violência
Alexandrina Sampaio relatou alguns dos momentos difíceis pelos quais passou durante 30 anos em que foi vítima de violência doméstica. A principal causa para se ter sujeitado a tal situação é o facto “de não ter casa própria, pois a casa era do marido, e não tinha condições económicas para sustentar os dois filhos, apesar de durante muito tempo ter dois empregos”.
Cerca de um ano e meio após o divórcio, Alexandrina Sampaio diz estar feliz, sem medo e que “aprendeu a viver um dia de cada vez”, estando a pensar em realizar uma viagem que era o seu sonho e passa por ir aos Estados Unidos da América para conhecer muitos dos familiares.
O evento contou ainda com a atuação do Grupo de Cavaquinhos da USALOU e todas as mulheres presentes receberam bombons.