Presidente da Câmara de Lousada critica Agência Portuguesa do Ambiente

Exige a demolição de construções clandestinas no domínio hídrico
Na sessão de abertura das XIII Jornadas do Ambiente que decorreram no dia 11 de novembro, o Presidente da Câmara Municipal de Lousada, Dr. Pedro Machado, manifestou publicamente ao Diretor da ARH Norte da Agência Portuguesa do Ambiente, Eng.º Pimenta Machado, presente na sessão de abertura, a preocupação do Município quanto à “existência de alguns pontos críticos no concelho que são autênticos atentados ambientais, com construções clandestinas no domínio hídrico, os quais foram objeto de autos de notícia por parte da Polícia Municipal e demais entidades fiscalizadoras”.
O Dr. Pedro Machado criticou a Agência Portuguesa do Ambiente que “é muito célere a aplicar coimas, mas muito lenta a repor a legalidade, através das necessárias demolições” e apelou ao seu Diretor para que “a legalidade seja reposta, para que seja restabelecido o equilíbrio ambiental e não se perca a relação de confiança que deve existir entre os cidadãos e as instituições, já que o Município se encontra impossibilitado de intervir, uma vez que o domínio hídrico é da competência específica da Agência Portuguesa do Ambiente”.
No âmbito da política ambiental que a autarquia tem seguido ao longo dos últimos anos, o Dr. Pedro Machado destacou que “a parceria entre a Câmara Municipal e a Universidade de Aveiro, que tem cerca de dois anos, foi uma opção muito acertada, pois tem permitido imprimir uma forte dinâmica na área do ambiente. Nos últimos mandatos foi efetuado um trabalho de extrema importância, em áreas diversas como a rede de abastecimento de água, rede de saneamento, a recolha de resíduos e a separação. Mas agora é tempo de enveredarmos por novas áreas, em que as parcerias se mostram fundamentais pois trazem-nos a mais-valia da competência técnica e experiência para nos orientar”.
Ainda neste seguimento foi referenciado “o desenvolvimento do projeto europeu Imprint + que envolve Câmara de Lousada, a Universidade de Aveiro e outros parceiros europeus, que foi destacado pela Comissão Europeia como um projeto exemplar no domínio do empreendedorismo jovem”.
O Presidente da Câmara teve ainda oportunidade de salientar que “Lousada é conhecido como um concelho com uma elevada qualidade de vida, afirmando-se nas áreas da cultura, do desporto e da educação, mas que vai também afirmar-se, cada vez mais, na área do ambiente. Aliás, as Jornadas deste ano têm a particularidade de entender o tema ambiente não só como fator determinante para a qualidade de vida, mas também como fator de desenvolvimento regional”.
Houve tempo ainda para o anúncio de que “2017 será o Ano Municipal do Ambiente e da Biodiversidade. É importante que a comunidade Lousadense seja mobilizada e envolvida para esta causa comum” – afirmou o Presidente da Câmara.
“Município de Lousada tem efetuado um trabalho excelente”
O Eng. Pimenta Machado, Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, começou por salientar o facto do “Município de Lousada tem efetuado um trabalho excelente na área do ambiente, nomeadamente no que respeita à água e aos resíduos”.
Na sua intervenção realçou ainda que o tema escolhido para as Jornadas do Ambiente é muito pertinente, na medida em que “devemos potenciar e valorizar os recursos naturais”.
Durante a sessão de abertura o responsável da Agência Portuguesa do Ambiente destacou ainda a mudança de paradigma, nomeadamente em questões como a economia circular, política da água e riscos ambientais.
Estiveram ainda na abertura do evento o Dr. Armando Loureiro, Diretor do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Norte, Dr. Filipe Teles, Pró-Reitor para o Desenvolvimento Regional da Universidade de Aveiro, e Dr. Carlos Fonseca, Coordenador da Unidade de Vida Selvagem da Universidade de Aveiro.
Apresentação de “Lousada, na rota da sustentabilidade”
O Vereador do Ambiente, Dr. Manuel Nunes, apresentou a estratégia Municipal para o Ambiente, com o mote “Lousada, na rota da sustentabilidade”.
A estratégia tem como base a educação ambiental e divulgação científica, programa de envolvimento social, investigação e conservação da biodiversidade, ações infraestruturais e agenda de sustentabilidade interna.
No que respeita à educação ambiental e divulgação científica, através de publicações como a Lucanus – revista de ambiente, guias de fauna e flora concelhia e manuais de boas práticas pedagógicas em educação ambiental.
Também na área da cultura existem projetos a desenvolver como música, teatro, Festival de Luz e Videomapping. A continuidade do programa BioLousada, bem como o programa de envolvimento social com destaque para a criação do fundo Lousada Sustentável e criação do Certificado Municipal, de Qualidade Ambiental.
No que respeita à investigação e conservação da biodiversidade para o desenvolvimento do plano de ação e monitorização da biodiversidade, programa Plantar Lousada e valorização ambiental da Mata de Vilar.
O Vereador do Ambiente teve ainda a oportunidade de destacar a criação do centro de Educação Ambiental da Casa das Videiras e a implementação do projeto Lousada 100% LED (Iluminação Pública).
Revista Lucanus lançada em 2017
A apresentação da revista LUCANUS - Revista de Ambiente e Sociedade, foi apresentada pelo Dr. João Carvalho, coordenador editorial do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.
A publicação que vai ter o primeiro número em 2017 tem como objetivo tratar de temas relacionados com ciência, divulgação e educação. No que respeita às áreas científicas abordadas vão desde o ambiente, capital natural, ecologia de paisagem, educação e divulgação ambiental, ornitologia, entre outros.
De acordo como Dr. João Carvalho a Lucanus pretende assegurar o intercâmbio de conhecimento e de novas perspetivas no domínio do ambiente, da ecologia, da conservação dos recursos naturais, da educação ambiental e da comunicação e divulgação da ciência.
Estão já definidos os temas que vão fazer parte desta primeira edição, de modo a aguçar o apetite para quem se interessa por esta área. Desta forma, o índice contempla temas como “Estratégias ambientais no Antropoceno – Lousada como laboratório vivo”, “ImprintPlus – Da consciencialização ambiental à ação coletiva para a compensação da pegada ecológica”, ”A devastação da Silva Lusitanae consequente desertificação do País”, “Métodos e técnicas para a captura e identificação da fauna silvestre”, “Diversidade, cartografia e conservação da fauna do concelho de Lousada”, “Rede nacional de monitorização da vaca-loura (Lucanuscervus) – Resultados preliminares e perspetivas futuras”, “Os herbários como repositórios da riqueza florística”, “Flora, vegetação e habitats do concelho de Lousada” e “Divulgação do património geológico de Lousada: oportunidades e desafios”.
Perante um Auditório repleto de público foram apresentados diversos temas como “Capital Natural na agenda de sustentabilidade: a estratégia nacional”, “Valorização do capital natural: áreas protegidas e espaços públicos”, “Valorização do capital natural: a iniciativa privada” e “Educar para valorizar”.